quinta-feira, 13 de maio de 2010

Desrespeito com os jornalistas rompe todos os limites na Gazeta Mundial

A Gazeta Mundial, jornal de Toledo do empresário Marcos Solano, rompeu todos os limites no desrespeito com os jornalistas, no início desse mês. O ponto final da linha de conduta inadequada do empregador foi atingido quando os trabalhadores receberam um ultimato: ou abrem uma empresa e prestam serviço ao jornal toledano – a “pejotização” dos jornalistas, uma clara fraude ao vínculo de emprego – ou não interessariam mais ao grupo (que possui, entre outras, um hospital e a Sol Linhas Aéreas). Mas o desrespeito já é praxe nas empresas de Solano, com se observa há tempo na Rádio Mundial de Toledo, também do grupo.
Há cerca de dois anos os trabalhadores da Gazeta Mundial têm as horas extras trabalhadas (além da quinta diária) registradas em relógio ponto digital. Mas essas horas nunca foram remuneradas, embora houvesse promessa de compensação de banco de horas – irregular, pois a empresa precisaria fazer um acordo com o Sindicato para que o instrumento tivesse validade. Entretano, nem à margem da lei as horas foram compensadas. Pior: a administração da Gazeta Mundial não deposita os valores dos trabalhadores em suas contas do FGTS, embora conste dos holerites dos jornalistas o suposto depósito.
Outra irregularidade cometida pela Gazeta Mundial, de Marcos Solano, diz respeito a meses de trabalho sem carteira assinada, nos quais a empresa deixa de recolher tributos aos cofres públicos e de pagar verbas que compõem a renda do trabalhador. O rol de violações à Convenção Coletiva de Trabalho dos jornalistas é extenso. Outro exemplo? O repórter-fotográfico (que também é diagramador) utiliza o seu próprio equipamento, mas a empresa não repassa o adicional de 30% pelo aluguel das máquinas, conforme prevê a CCT, nem adicional de acúmulo de função. Mais: o piso do Paraná não é pago aos jornalistas da empresa.
Contudo, a situação dos trabalhadores, que nunca foi um mar de rosas, piorou muito a partir do final do ano passado, quando a proposta de terceirização começou a ser imposta por Marcos Solano. Ele também costuma pagar o salário dos jornalistas com cheques pré-datados. Sem opção, o título passa às mãos de agiotas, que cobram altas taxas de desconto. Em determinadas oportunidades, os cheques sequer pertencem a Solano. São cheques de terceiros. Hoje, dia 13 de maio, os jornalistas que assinaram a rescisão no dia 3 de maio ainda não viram a cor do dinheiro referente ao mês de abril.
E essa situação não é por falta de ação do Sindicato. Em 18 de dezembro de 2009, alertado pelos trabalhadores, a denúncia chegou ao órgão competente: a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Paraná. Até hoje, no entanto, nenhum fiscal foi ao local de trabalho dos jornalistas para confirmar as denúncias. Agora, com a palavra, o Ministério Público do Trabalho!

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