A reunião desta segunda-feira entre representantes do Sindijor-PR e patrões de rádio, TV, jornais e revistas, foi frustrante mesmo para quem tinha as piores expectativas. A proposta apresentada pelos patrões é que o piso dos jornalistas, para qualquer cidade que não seja Curitiba, não só não tenha reajuste como passe a ser 40% menor que o valor atual. As empresas, que, no caso das TVs, tiveram crescimento de 33% no faturamento no primeiro semestre, não precisariam pagar mais que R$ 1.200,00 para os jornalistas em novas contratações. O novo piso – ou “porão” – valeria não apenas para pequenos municípios, mas também para cidades de porte médio a grande, como Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Ponta Grossa. A proposta foi feita verbalmente, e os patrões não explicitaram nenhuma garantia de que os empregos com salário atual seriam mantidos. A vergonhosa pauta inclui ainda o congelamento do anuênio (hoje única forma de progressão salarial efetiva) conjugado com um plano de participação nos resultados (PPR) feito empresa por empresa (que certamente seria bastante limitado nas empresas menores). Os petardos não param por aí. O ataque aos nossos direitos inclui a redução do adicional por hora extra de 100% sobre a hora normal, o qual cairia para 50%, necessariamente acompanhado de um banco de horas em que uma hora trabalhada é compensada por uma de folga (e não uma por duas, como sugere hoje o nosso regime de hora extra). Os nossos patrões, que são hábeis em apresentar propostas ruins, conseguiram se superar desta vez, e não ofereceram nada além do que esta perda de direitos e a renovação de todos os demais itens da atual convenção, sem qualquer avanço, ou seja, foram solenemente desconsideradas todas as reivindicações, aprovadas em Assembleia no final do Congresso dos Jornalistas de Foz, como aumento real, vale-alimentação, plano de saúde e reajuste nos índices de comissionamento para editores, valorização da produção local (70%), licença maternidade estendida (180 dias), adicional noturno de 50% (hoje é de 20% e não é pago por algumas empresas), obrigatoriedade da marcação do ponto, estabilidade pré-aposentadoria de cinco anos, obrigatoriedade de jornalista responsável por veículo (no caso de impressos) ou programa (no caso de rádio e TV) e proporção entre número de repórteres e editores.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Eles querem avançar... na retirada dos direitos dos jornalistas - Proposta patronal é piso 40% menor para o interior
A próxima reunião ficou marcada para o dia 18 de outubro, na sede da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp). Até lá, queremos saber qual sua opinião sobre a proposta patronal de reduzir o piso no interior e suprimir direitos dos trabalhadores. Mande sua mensagem para extrapauta@sindijorpr.org.br
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16 comentários:
piso diferenciado: é o fim da picada.
é o inicio das demissões em massa..dos mais antigos e a contratação de novos profissionais a preço de banana
Ahhhhh.... MAs isso faz tempo que eles estão tentando. Aliás, a RPC conseguiu!! E só agora os coleguinhas perceberam a "bobagem" que fizeram! Bem feito! Quando a gente avisa que é golpe do patrão ficam chamando a gente de "radical". ok.
o nome do blog já diz tudo:
ACORDA JORNALISTA
quero ver o povo não se mexer...
vamos nos preparar para o dissídio...
ai quero ver eles não negociarem
jornalista não se mobiliza
tem que perder direito mesmo
assim quem sabe dá valor ao que tem
Clovis
o problema é que são tão acomodados que vão culpar o sindicato pelas perdas.
só olham para o próprio umbigo. o exemplo está no comentário da kris knobay que citou o caso da RPC, fizeram o acordo e agora se arrependem.
além do mais, profissional da capital vai pensar: "o interior que se exploda", sem pensar nas consequencias que isso pode trazer para todos os jornalistas
Não dá para aceitar tais propostas. Os "empresários" estão é testando nossa resistência. Se não houver mobilização, reação a essas propostas ridículas e desrespeitosas, vão querer fazer passar goela abaixo.
É hora de acordar e participar da mobilização de forma inteligente. Ajudem o Sindicato indicando direitos que não são respeitados em empresas onde você trabalha ou algum amigo trabalha e você tem conhecimento das irregularidades.
Agora é hora de atacar os patrões com a arma que detemos: ações coletivas. A CCT tá aí. Vamos utilizar esse arsenal jurídico?
Piso diferenciado e acordos coletivos abrem precedentes para a total desorganização da categoria. Seria "cada um por si e Deus por todos", o que dificultaria ainda mais o trabalho sindical e desuniria os profissionais, como ocorreu no caso RPC. Como todos lembram, eles não se importaram se a extensão da jornada enfraqueceria a classe, só queriam mais grana no bolso.
Douglas Furiatti — Bob
Uma semana sem jornal nas bancas e sem noticiário na tv, já vai mudar o pensamento das empresas de comunicação.
uma paralização geral e advertência já é o bastante para eles respeitarem os profissionais.
nossa, uma greve na imprensa do Paraná seria realmente uma ação de união dos jornalistas... mas não vejo essa possibilidade hoje
devemos nos unir e dar um grande não a estas propostas ridiculas.
temos que dar não as propostas como estas,pois a ditadura ja caiu por terra a algum tempo,mas temos que tomar cuidado com pequenos focos pois podem se tornar grande fogo,vamos apagar este com grande união da categoria,pois nossa força esta em cada um de nós unidos por um bem maior,vamos nos unir jornalistas.
Concordo! Temos que dizer não a essas propostas patronais. Aumento salarial real, plano de saúde e vale alimentação são hoje itens contemplados por toda empresa séria e que sabe valorizar seu capital humano. Espero que as Assessoria de Imprensa e Agências de Comunicação Corporativa de todo o Paraná tenham isso em mente.
Assim como acontece nas redações de impressos, rádio e Tv, em Curitiba há empresas de Assessorias de Imprensa que também desrespeitam os direitos dos jornalistas...elas não são exceção.
As maiores assessorias de imprensa do Paraná instaladas em Curitiba, são assim. Ganham muito dinheiro, submetem os jornalistas-assessores de imprensa à uma jornada de 8 a 10 horas de trabalho diário, não pagam hora extra, obrigam os jornalistas a cobrirem os eventos de seus assessorados fora do horário de expediente sob pena de demissão e ainda fazem caixa com o que deixam de recolher m impostos, pois obrigam os jornalistas a trabalharsob o regime de Prestador de Serviço, sem carteira assinada, sem garantia de férias, décimo terceiro, seguro-sáude, etc.
As Assessorias de Imprensa deveriam ser fiscalizadas pelo sindicato e multadas.
É uma piada o que acontece aqui no interior. Os jornais Hoje e O Paraná de Cascavel foram unificados em uma só redação. Metade da redação ganha piso, a outra não. Já se pratica o piso do interior, conforme a vontade da direção. Salários de R$ 600, R$ 800 e jornada de 8 a 10 horas de trabalho. Sem qualquer outro benefício, apenas exploração. O Sindicato quer mobilização e união, perfeito, mas também é preciso intervenção contra esse abuso, lutando ao lado dos profissionais desses diários.
Gente me desculpem a ignorância, mas isto que estão tentando impor, não é inconstitucional?
De qualquer forma é ridiculo.
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