O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná se solidariza a jornalista e presidente em exercício do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro, que foi afastada unilateralmente da redação do jornal Diário do Nordeste (DN) pelo diretor editor Ildefonso Rodrigues. O Sindijor-PR vê essa atitude vinda do jornal do maior grupo de comunicação do Ceará como prática antidemocrática e absurda. Não compactuamos com nenhum tipo de retaliação ou perseguição política em qualquer ambiente de trabalho, quem dirá em meios de comunicação, empresas que em teoria deveriam denunciar esse tipo de atitude e enfrentaram período de mordaça durante o golpe militar de 1964 e hoje aproveitam de plena liberdade de imprensa.
Inadmissível numa sociedade democrática retaliações políticas e atos insidiosos como o ocorrido com a companheira Samira de Castro. É o tipo de atitude que remete o Grupo Edson Queiroz, holding que comanda o DN, aos tempos do fascismo no Brasil. Curiosamente, no sítio informativo do jornal, onde se lê o expediente, a página abre com o informe “Nossa Missão”, a qual traz a seguinte defesa: “Prover informação com independência, imparcialidade e respeito pelos princípios éticos, contribuindo para a formação da cidadania, com sustentabilidade, e sendo um instrumento de defesa dos valores democráticos”. (Grifo nosso) Afastar um dirigente, cuja prerrogativa pessoal e intransferível de se afastar ou não da redação, cabe exclusivamente a ele, é uma prova inconteste de que a “Nossa Missão” do DN é apenas uma peça decorativa.
E o que mais causa estranheza aos Sindicatos co-irmãos Brasil afora é o fato de Samira de Castro ser uma profissional de comprovada capacidade técnica, laureada em vários concursos e premiada pela última vez ainda no segundo semestre do ano passado. Ao impedir que Samira possa continuar a exercer sua atividade profissional é grave e merece a intervenção da Justiça do Trabalho na Editora DN, pois é comprovação de assédio moral. E, se o diretor editor pode fazer isso com a principal representante dos jornalistas cearenses, imagine como não se sentirão os demais profissionais do grupo. O ato contra a dirigente respinga em todos os trabalhadores jornalistas da empresa e também do Ceará. Não há como, em pleno Século XXI, aceitar que a defesa dos trabalhadores reverta em atitudes como a de Ildefonso Rodrigues e do Diário do Nordeste.
Ao chamar Samira de Castro para “liberá-la” e argumentar que “não era interessante” para o Diário do Nordeste sua presença na redação, a direção da empresa assume a ideia de que divergência de opinião e diversidade editorial não faz parte da prática da Editora. Mente ao assumir conceitos em sua missão que se desmancham no primeiro embate sério em que é colocado à prova. Se pensarmos que a atividade jornalística é o reflexo da sociedade, e o Brasil um país multicultural, a Editora Diário do Nordeste está na contra mão da própria história contemporânea. Clique aqui e entenda o caso.
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