O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná,
no limiar de mais um ato de pura violência gratuita e covarde, como a praticada
na noite da última segunda-feira, em São Luís, no Maranhão, contra o colega
Décio Sá, solidariza-se com a família do mesmo; faz coro à entidade co-irmã de
São Luís-MA, assim como às denúncias da nota acima encaminhada pela Federação
Nacional dos Jornalistas – como a federalização de crimes contra jornalistas –,
por entender se tratar de um crime contra a liberdade de expressão.
Mais triste que isso, no entanto, é ver que, embora
o Sindijor-PR e o Sindicato dos Jornalistas de Londrina tenham alertado e
apresentado uma proposta de garantias mínimas à segurança dos jornalistas
paranaenses no exercício profissional, sugestão encaminhada nas negociações
pela renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), os empresários de
comunicação fizeram “ouvidos moucos” e descartaram a proposta.
Ao invés de pensar em antecipar cenários e melhor
proteger sua força de trabalho, os empresários “apostam” na sorte de seus
funcionários. Os jornalista diariamente se expõem em cobertura da violência
urbana; ao cumprir o papel de denunciar o desvio de conduta de ocupantes de
cargos eletivos ou funcionários de carreira que subtraem o erário; e até mesmo
na cobertura esportiva, visto as últimas implicações da ação dos vândalos que
se colocam como “torcedores”; trabalham para o conjunto da sociedade, suas
empresas e não recebem um mínimo de proteção. No Paraná, é rara a empresa que
concede botas para enfrentamento das enchentes; coletes a prova de balas para
profissionais que estão em áreas de conflito; ou garantem a proteção de quem se
encoraja em denunciar desvios de conduta dos mandatários do Estado ou
municípios.
Depois de reportagem que colocou a olho nu os
desvios na Assembleia Legislativa do Paraná, jornalistas dos maiores veículos
do Paraná foram ameaçados de morte. A fachada de uma das emissoras do mesmo
grupo, situada numa cidade do interior, foi alvejada. Mesmo com tantos avisos,
na mesa de negociação a proteção da vida dos seus jornalistas foi tratada como
“mais um custo”.
É hora de a categoria levantar essa e outras
bandeiras. Chega de esperar a tragédia para chorar a perda sem volta.
Jornalistas precisam de maior proteção no seu fazer profissional.
Márcio Rodrigues
Presidente do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Paraná
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