quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Empresas procuram Sindijor interessadas no fechamento da convenção

Orientação é para que empresas cobrem resposta dos sindicatos patronais

O que não é revelado na mesa de negociações? (Foto: André Rodrigues)

Há coisas que não saem no jornal. Os 14 anos sem aumento real para os jornalistas estão entre elas. Outras não aparecem na mesa de negociação, quando patrões e jornalistas estão discutindo a Convenção Coletiva de Trabalho. Entre estes “segredos” está a existência de empresas que querem, sim, conceder aumento real a seus trabalhadores jornalistas ou desejam rapidez nas negociações.

É o que revelam as diversas ligações de empresas ao Sindijor questionando sobre se “já fechou a convenção”. São departamentos de recursos humanos e mesmo dirigentes de empresas ansiosos pela conclusão do acordo que se arrasta com um atraso de quase cinco meses.

Em pelo menos um caso, a empresa se dispôs a pagar 4% de aumento real já para seus jornalistas, em troca do fechamento da convenção. Contudo, os sindicatos patronais, conforme reafirmando na mesa-redonda desta semana, não querem dar um centavo a mais além da reposição da inflação, aprofundando o arrocho de 14 anos.

Por outro lado, no ambiente das empresas, aumenta a preocupação com o pagamento do reajuste retroativo (acumulado até outubro e incluindo 13º salário e eventualmente férias) e a necessidade de rescisões complementares, para pagar a diferença salarial aos jornalistas dispensados desde nossa data-base (1º de outubro).

A pressa das empresas que procuram o Sindijor contrasta com a frieza dos patrões, que, em mesa, não demonstram interesse em chegar a avanços e vão empurrando com a barriga a CCT há meses. Quando contactado, o Sindijor orienta estas empresas “ansiosas” a cobrar satisfações de seus representantes – os sindicatos patronais de rádio e TV e o de jornais e revistas. A nossa mensagem já foi dada a eles: é pelo fim do arrocho salarial de 14 anos e pelo aumento real.

A dureza do negociador do sindicato patronal na mesa-redonda, sem procuração para fazer qualquer concessão aos trabalhadores, espelha um consenso ou o esconde o triunfo de um grupo intransigente dentro da organização das empresas? Algo é certo: pelos lucros das empresas nos últimos anos, há margem, sim, para o aumento real já.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vocês estão conversando também com as empresas de assessoria de imprensa? Acho importante!