Depois de mais uma negativa dos patrões em manter a negociação da Convenção Coletiva de Trabalho em termos aceitáveis, os jornalistas paranaenses, sob coordenação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, deflagraram nesta sexta-feira (4/2) uma campanha no twitter usando a hashtag #JornalistaGanhaMal. Trata-se de uma estratégia de campanha para mostrar à sociedade, que, ao contrário do que se imagina, os jornalistas de forma geral não são bem remunerados, e, no caso paranaense, estão há 14 anos sem aumento real.
Os colegas estão sendo chamados a participar do tuitaço enviando mensagens como as sugeridas pelo Sindicato (“Nossa dor não sai no jornal -- 14 anos sem aumento real #JornalistaGanhaMal”; “#JornalistaGanhaMal Jornalista quer aumento real!”, “Jornalistas do Paraná já tivemos um piso de dez salários mínimos. Hoje, o piso é inferior ao mínimo necessário do Dieese #JornalistaGanhaMal”).
Em assembleia em Curitiba, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu na quarta-feira, e em Cascavel na quinta-feira, a categoria havia decidido prosseguir com a mobilização por uma nova Convenção Coletiva de Trabalho que garanta aumento real. Os jornalistas não admitem que as empresas, que apresentam lucros crescentes ano a ano, se recusem a aumentar o salário dos jornalistas. Mais: enquanto todas as outras categorias conquistam aumentos reais consecutivos, os jornalistas paranaenses estão estagnados e tendo seus salários corroídos há anos.
O Projeto Intermeios apontou uma margem de lucro dos empresários de comunicação superior a 19% em 2010, no entanto, os empresários se recusam a dar aumento real à categoria. O Dieese aponta que o Salário Mínimo Necessário deveria ser de R$ 2.227,53, mas, diante do impasse desde outubro, a categoria continua estacionada num piso de R$ 2.049,11 – ou 8% a menos. Ainda que seja concedido o reajuste do INPC admitido pelos patrões, o salário de ingresso dos jornalistas do Estado iria a R$ 2.145,00 e ficaria ainda abaixo do Mínimo do Dieese.
Cansados de enfrentar a mesma displicência dos patrões, que insistem em dizer que suas empresas estão com dificuldades e que não podem dar nada além da inflação, os jornalistas prosseguem na luta por aumento real e já definiram estratégias de ação para as próximas semanas a fim de exigir dos empregadores propostas efetivas de avanço.
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