A Federação Nacional dos Jornalistas, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná vêm a público expressar perplexidade e repúdio ao ato criminoso perpetrado contra a sede da RPC TV de Maringá (antiga TV Cultura) na madrugada desta segunda-feira. A imprensa do Estado foi novamente agredida quando, por volta da 1h20 de hoje, dois criminosos em uma moto dispararam 15 vezes contra a sede da emissora. O atentado – covarde e potencialmente mortífero – reflete a situação por que passam os jornalistas e a imprensa no Paraná e no Brasil: desrespeito, intimidação e restrição à autonomia de trabalho. No ano passado, em meio à divulgação do escândalo dos Diários Secretos na Assembleia Legislativa, um ato ameaçador foi praticado contra a mesma RPC, em Curitiba, quando um artefato explosivo foi lançado contra a sede da emissora. Na última quinta-feira, numa agressão absurda, em razão da atividade profissional, a jornalista Cristiane Fortes, de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, conhecida pelo trabalho de denúncia à frente de seu jornal, Metropolitan’s Notícias, foi espancada por um assessor da prefeitura local. O espaço de liberdade, informação plural e livre e de ampla independência para o trabalho da imprensa, realidade pela qual todos ansiamos, parece ainda estar longe de se consolidar no Brasil. Com efeito, a liberdade de imprensa é atacada e corre sérios riscos no país. Apenas em 2010, segundo a Fenaj, foram 43 jornalistas agredidos ou mortos no exercício ou em função dele, o que demonstra que a atividade da imprensa no país ainda incomoda diversos setores que, incapazes de conviver com a diversidade de visões numa sociedade democrática, atribuem a si mesmos o direito de censurar a imprensa por meio de ameaças, agressões, coações e chantagens a jornalistas. Não pode haver imprensa livre se estes setores não perceberem, sob o rigor da lei, que tais condutas são inadmissíveis. Assim, cabe aos Sindicatos dos Jornalistas e à Fenaj cobrar das autoridades a rigorosa apuração das responsabilidades por estes atos e a punição exemplar daqueles que tentam restringir o trabalho da imprensa livre. Solidários aos trabalhadores da RPC TV e à empresa, vamos lutar para que o atentado em Maringá – assim como as demais agressões à imprensa – não fique impune.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná
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