quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sindijor solidário à jornalista Gisah Batista

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná presta solidariedade à colega Gisah Batista, da RPC TV, vítima de injustificável e cruel ironia pública após a divulgação na internet nesta semana de uma entrada ao vivo no Paraná TV veiculada há cerca de um mês na qual aparece atendendo o celular para estabelecer contato com o link. A um só tempo, a jornalista da RPC TV foi vítima da falta de condições adequadas de trabalho e da intolerância aos erros (no caso, suposto) dos jornalistas em trabalho. Operando com uma unidade móvel que não conta com o “retorno”, Gisah estava sendo informada pelo celular de sua entrada ao vivo. No entanto, o aparelho sofreu uma interferência e a repórter teve de trabalhar “às escuras”, sem ter certeza sobre se estava ou não no ar. Imaginando que ainda não estivesse com o link sendo veiculado, atendeu ao telefone, supondo estar sendo chamada pela coordenação do link, como de fato estava. Internamente, a falha foi apontada como sendo da engenharia – e não da repórter, o que não impediu que, com a divulgação do vídeo na internet, surgissem ironias e boatos de que Gisah teria sido demitida, o que jamais foi cogitado pela emissora. “Por causa desta falha técnica fui tachada de incompetente, incapaz, mas estou com a consciência tranquila”, afirmou a jornalista, ainda surpresa com os boatos sobre demissão. Após a disseminação do vídeo no YouTube, nos blogs e twitter comentários maldosos e até agressivos foram a tônica, mas o que aborreceu Gisah foram as críticas veiculadas em sites jornalísticos, alguns dos quais nem procuraram informações detalhadas dela e da emissora. “Fiquei espantada com a forma como fui julgada sem se interessarem em saber o que realmente aconteceu”, disse a jornalista. Se é verdade que a RPC TV soube identificar a natureza da falha e eximir a jornalista de qualquer responsabilidade, é certo que a empresa não pode expor os jornalistas a condições de trabalho inadequadas, capazes de comprometer a qualidade do produto editorial e colocá-los em situações vexatórias. O “link cego” não foi mais usado pelos repórteres da RPC TV, também por insistência destes, que se recusaram a trabalhar com o equipamento. Que a RPC o aposente e permita que todos os jornalistas tenham condições adequadas de trabalho. À Gisah fica reiterada nossa solidariedade, pois poucos sabem os meandros do fazer jornalístico e os riscos a quem expõe a credibilidade todos os dias nos veículos de comunicação.

4 comentários:

Daniella Féder disse...

Link cego? Que palhaçada!
Com toda a tecnologia disponível - e acessível - atualmente, expor um jornalista a estas condições é inadmissível.
Hoje em dia, tudo vem parar na internet. Uma falha ao vivo pode provocar uma mancha na carreira. Ainda bem que há espaço para esclarecimentos, embora seja pequeno.

ALESSANDRO WEBER disse...

O irônico disso tudo é um profissional de jornalismo criticar a postura de outros profissionais da categoria por não terem procurado saber o que de fato aconteceu. Digo irônico, não condenável.
Difícil ser vítima do mal que que usualmente é acusado de cometer (me refiro a toda a classe jornalística). Cara Gisah, bem vinda à prática do mau jornalismo. Mas nem todos são como os que te criticam.
Alessandro Weber

Crimes - Curitiba disse...

A Gisah não pode se abater. Ela é preparada e competente para passar por cima disso e seguir com a carreira, que tem tudo para ser brilhante. O importante é ter a retaguarda da empresa e, pelo jeito, ela teve. As piadas passam e daqui a pouco ela mesmo vai dar risada disso.

larissa disse...

não tem justificativa.. o celular deveria estar no silencioso!