segunda-feira, 22 de junho de 2009

Congresso Estadual da CUT aprova moção a favor do diploma de jornalista

Presidente do Sindijor-PR, Márcio Rodrigues participa de um debate sobre a Conferência Nacinal de Comunicação, durante o último Cecut, em Pontal do Paraná


Os delegados do 11º Congresso Estadual da CUT (Cecut), reunidos no último fim de semana em Pontal do Paraná, aprovaram uma moção contra a decisão do Supremo que derrubou a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo.

"Os delegados eleitos no 11º Cecut defendem uma mídia livre e democrática, e exigem um novo marco regulatório que volte a criar mecanismos técnicos para garantir o equilíbrio e a função social do jornalista", diz trecho do documento.

A seguir, a íntegra da moção:


"Moção contra a decisão do STF que derrubou a exigência do diploma para o jornalismo

Na última quarta-feira, dia 17 de junho de 2009, o Brasil recebeu um duro golpe: a mais alta corte do País, o Supremo Tribunal Federal, extinguiu a exigência do Diploma para o exercício da profissão de jornalista. A ação pode ser comparada a um dos piores momentos da história recente do Brasil, pois funciona como um verdadeiro AI-5. Ao melhor estilo ditatorial, passa-se a funcionar um cerceamento da liberdade de expressão, uma vez que no próprio voto do ministro Gilmar Mendes, ele decretou que a partir de agora, “a autorregulamentação deve ser feita pelas empresas de comunicação”. Isso deixa nas mãos dos patrões a decisão de quem deve ou não ter o direito de produzir a informação a ser veiculada na imprensa. Privatizando a liberdade de expressão.

Não podemos aceitar tal irregularidade e irresponsabilidade, uma vez que diuturnamente vemos esses mesmos meios de comunicação produzindo ataques e criminalizando os movimentos sociais e as organizações dos trabalhadores.

Por meio dessa moção, a Central Única dos Trabalhadores solidifica a luta por uma liberdade de expressão plena, e de alcance de toda a sociedade. Não admitimos a troca da Universidade (instituição secular) pelos barões da mídia. Afinal, pelo exposto por Gilmar Mendes, eles controlarão quem deverá formular a informação para a sociedade, sem critérios técnicos e éticos, que somente a sala de aula é capaz de preparar o profissional jornalista.

Corre-se o risco de transformar a sociedade ainda mais refém dos detentores dos meios de produção desse bem simbólico que é a informação. A linguagem que hoje é hegemônica corre o risco de ser ainda mais manipulada.

Por isso, os delegados eleitos no 11º Cecut defendem uma mídia livre e democrática, e exigem um novo marco regulatório que volte a criar mecanismos técnicos para garantir o equilíbrio e a função social do jornalista."








Fotos: Davi Macedo

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