Um sonoro “não!” acompanhado de apitaço foi o que ouviram os patrões nesta segunda (18) pela manhã na Aerp quando perguntaram aos jornalistas se eles aceitaram a proposta indecorosa de diminuição de 40% no piso da categoria no interior do Estado. Com o mote “não pise no meu piso”, a categoria, sob a articulação do Sindijor, mobilizou-se e organizou um protesto com um grupo de mais de 60 pessoas rejeitando a absurda proposta e exigindo que a pauta apresentada aos patrões em agosto seja a base da negociação.
No encontro, os patrões retiraram a proposta de redução do piso, os jornalistas, que contavam com negociadores da direção estadual do Sindijor, e das subseções de Foz do Iguaçu e Campos Gerais, além de membros da base, reafirmaram a pauta já apresentada (aprovada no Congresso de Foz, no início de agosto), e uma nova reunião foi marcada para a próxima segunda-feira, às 14h, na sede do Sindicato dos Jornalistas, em Curitiba .
Como deixou bem claro o presidente do Sindijor, Márcio Rodrigues, a luta da categoria na negociação da Convenção Coletiva é por expansão de direitos. Foi uma resposta ao comentário do representante patronal de que nossas convenções coletivas não vem apresentado “avanços” nos últimos anos. Por “avanços” os patrões entendem qualquer mudança no instrumento coletivo, especialmente confisco de direitos dos trabalhadores.
A pauta dos trabalhadores apresentada aos patrões, compatível com o momento econômico favorável por que passa o país, inclui aumento real de 5,58%, vale alimentação de R$ 9,50 e plano de saúde com 90% de subsídio pelo empregador, além de expansão do adicional por edição e chefia.
A proposta, contudo, foi totalmente desconsiderada e, como resposta, os patrões vieram com uma descabida provocação, na contraproposta de piso de R$ 1.200,00 para o interior, congelamento do anuênio e, virtualmente, fim das horas extras. Em assembleia, 400 jornalistas rejeitaram a contraproposta e foi declarado indicativo de greve.
Apesar de terem aberto um canal de negociação de acordos por empresa, para tratar de situações peculiares, os jornalistas não vem recebendo, na negociação da convenção coletiva, o respeito que merecem. Isto fica claro com as propostas patronais de perda de direitos.
Além da reiterada proposta de redução do piso no interior – que neste ano chegou a um patamar abissal –, os patrões costumam nos recepcionar com propostas com o nítido propósito de atrapalhar a negociação e impedir efetivos avanços para a categoria. Veja-se o exemplo do ano passado, quando, após a terrível decisão do STF, os patrões quiseram retirar da nossa convenção a cláusula que prevê a contratação exclusivamente de formados em Jornalismo nos veículos de imprensa do Estado.
Por todo este histórico de artimanhas e tentativas claras de surrupiar nossos direitos, que devemos continuar vigilantes e mobilizados para o prosseguimento da negociação. Portanto, não deixe de participar do ato no Sindijor (Rua José Loureiro, 211, Curitiba), no próximo dia 25, com concentração a partir das 13h. Temos de gritar mais uma vez “Não pise no meu piso!” e lutar por aumento real.
Veja fotos, feitas por Carolina Siedlecki, nos posts abaixo.
4 comentários:
parabéns a todos, especialmente os estudandes que mostraram uma determinação e engajamento - além da disposição para a luta - que os atuais profissionais já tiveram um dia. vamos adiante! Silvia
apitaço, piquete, é assim que temos que tratar os patrões, que não nos respeitam por nada.
proposta absurda precisa ser respondida com mobilização e paralisação.
MOBILIZAN PARA TODOS!!!
parabéns ao Sindijor pela campanha..
o mobilizan é magnífico
Por falar no mobilizan, temos que parabenizar quem fez isso.
nunca tinha visto uma campanha do sindijor atingir tanta gente, e tanta gente se mobilizando.
chega a empolgar o movimento dos jornalistas.
parabéns a todos
geeeeeeeeeeente
é verdade, o sindicato nunca esteve tão presente como agora. Foram duas negociações com o envolvimento dos jornalistas.
claro que as propostas das empresas de retirar o diploma em 2009 e reduzir o piso agora já deveriam mexer com os jornalistas.
mas faz a diferença quando o sindicato leva essas questões para nós.
a campanha foi fantástica..
quem pensou nesse mobilizan? parabéns.
tomara que nos próximos anos campanhas assim cheguem pra gente de novo
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