quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Hora de mobilização. Jornalistas querem aumento real já!















Após pouco mais de dois meses de encaminhada a pauta de reivindicação, os jornalistas do Paraná estão cansados da displicência dos patrões, que insistem em dizer que suas empresas estão com dificuldades e que não podem dar nada além da inflação. A categoria prossegue na luta por aumento real e já definiu atividades, nas próximas semanas, para denunciar o descaso patronal. Mesmo contrariados pelo absurdo de ter que reapresentar uma proposta que nos custou nove meses sem receber a reposição da inflação, os dirigentes convocaram assembleias para consultar os Jornalistas sobre a possibilidade de piso diferenciado. A resposta foi curta e seca: NÃO! Piso reduzido para o recém formado: NÃO!


A resposta virá a partir de hoje em manifestações nas quais os jornalistas vão informar à população que a categoria luta pelo aumento real, vale alimentação (caso a empresa não tenha), uma cláusula que garanta o pagamento de 90% do plano de saúde (caso a empresa não ofereça). A maioria das empresas não oferece qualquer desses benefícios aos seus trabalhadores.


Tuitaço pelo aumento real


Em “anti comemoração” pelos dois meses sem reposição prevista para 1.º de outubro, o Sindijor-PR começou hoje (01/12) uma campanha no twitter com as hashtags #JornalistaGanhaMal e #DezPorCentoJa. Também haverá mobilização nas ruas, esse sábado (03/12) e no próximo (10/12) às 10h na Boca Maldita em Curitiba. Essa estratégia tem o objetivo de mostrar à sociedade que os jornalistas paranaenses, de forma geral, não são bem remunerados. A história mostra que a depreciação da profissão é voraz. Há dez anos o piso do jornalista equivalia a dez salários mínimos, hoje recebe o equivalente a menos de quatro. Já os lucros das empresas de comunicação estão consolidados e em ascensão, segundo dados do Dieese e do Projeto Inter Meios. E é por isso que nossa dor não sai no jornal, as redações ficam cada dia mais enxutas. Quem perde com isso? O cidadão ou cidadã, os telespectadores, os ouvintes e os leitores.


Assembleias dos Jornalistas


As Assembleias em Curitiba, Cascavel e Ponta Grossa mostraram a insatisfação com a postura patronal em tratar da questão salarial de uma forma tão lenta e sem novidade. Também em Foz do Iguaçu a proposta dos empresários foi rechaçada pela base. Hoje abrimos o jornal e vemos reivindicações das mais diversas categorias trazendo resultados acima da inflação. Juntando inflação e aumento real, os valores foram de: bancários (10% em 2011), petroleiros (10%), professores do ensino do Paraná (12%), trabalhadores da construção civil (11,8%). Isso prova a legitimidade da mobilização para garantir aumento real, pois só o ano passado, segundo Projeto Inter Meios, a margem de lucro dos empresários de comunicação foi superior a 19%. O Dieese aponta que o Salário Mínimo Necessário para uma família de quatro integrantes deveria ser de R$ 2.227,53. O piso do jornalista é de R$ 2.151,56. E o mais grave: nossa dor não sai no jornal.

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