A violência contra os trabalhadores (seja ela verbal ou física) é algo abominável. Prática que merece o repúdio de toda a sociedade, ela se torna algo mais desrespeitoso e inadmissível quando falamos de um ambiente no qual, é de se supor, haja discernimento e respeito mútuo – como é a característica das redações de jornais, rádios ou TVs. Pois isso foi completamente fulminado semana passada, quando o âncora do informativo vespertino Tribuna da Massa, Paulo Roberto, mais conhecido como Galo, utilizou-se de expedientes nada ortodoxos por conta de pioras nos índices de audiência do programa levado ao ar pelo SBT do Paraná, por meio das emissoras da Rede Massa.
Além de rebaixar os colegas com termos chulos, palavras de baixo calão, comparações incongruentes com a realidade e uso de baixarias, Paulo Roberto levou a maioria da equipe a sair do ambiente da redação sob forte tensão e choro compulsivo. Segundo relatos de alguns profissionais que acompanharam o "show de horror" do Galo, sobrou para todos: repórteres, repórteres-cinematográficos, editores, pauteiros, estagiários e outros profissionais que se dedicam com afinco para levar ao ar um informativo para a coletividade paranaense.
O Sindijor-PR, entidade que defende os valores materiais e morais dos jornalistas paranaenses há mais de 65 anos, vê com tristeza o fato de um profissional que em frente às câmeras propõe ser o bastião da defesa dos mais expostos pelas condições sociais, atrás delas tomar esse tipo de atitude truculenda. Não existe relato na história da humanidade de que falta de respeito ao companheiro e humilhação melhora o ambiente de trabalho e angaria audiência. A única repercussão que isso gera é afastamento dos telespectadores pela postura dicotômica daquele que deveria ser o exemplo na defesa dos interesses coletivos.