quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Diploma - Jornalistas exigem em assembleia formação superior específica

Mais de 50 jornalistas passaram na assembleia de hoje. Plenário do Sindicato ficou lotado

Em decisão unânime, os jornalistas paranaenses, reunidos hoje em assembleia na sede do Sindijor, manifestaram que não aceitam a precarização da profissão e rejeitaram a proposta patronal de retirar da Convenção Coletiva de Trabalho a previsão de contratação exclusiva de jornalistas formados para atuar em atividades privativas em empresas de comunicação do Paraná. A decisão deve ser confirmada na assembleia local de Foz do Iguaçu, que será realizada hoje às 20h.
Com a decisão, os jornalistas paranaenses vão prosseguir lutando pelo fechamento da CCT nos termos já apresentados aos patrões na negociação do dia 3 de novembro: renovação da convenção coletiva atual, com a reposição da inflação do período (4,45%, segundo o INPC do IBGE) retroativa a 1º de outubro (nossa data base já está assegurada), além da abertura de um canal permanente para negociação mais ampla (hoje já previsto, mas solenemente ignorado pelos patrões).
Vale lembrar que a proposta pela renovação é a redução de outra, bem mais ampla que a atual, prevendo aumento real e vale alimentação. Ao aceitar uma proposta mais enxuta, os jornalistas pretendiam acelerar o fechamento da convenção para continuar a negociação de novas conquistas posteriormente. No entanto, neste período, os patrões, embalados pela toada do STF, viram uma oportunidade de apostar na ruína da profissão propondo a supressão da Cláusula 38 da Convenção.
Na assembleia de hoje, os jornalistas aprovaram uma mudança na redação da cláusula, de modo que não seja envolvida a decisão do Supremo (veja quadro abaixo), mas não abrem mão, em hipótese alguma, que as redações fiquem, ao gosto de Gilmar Mendes e do patronato, abertas a pessoas sem capacitação, capazes de se submeter a jornadas muito acima das 5 horas previstas em lei, recebendo salários inferiores ao piso da categoria, enfim, incapazes de se articular contra os abusos e desmandos patronais, acabando com o espaço dos profissionais e deteriorando a qualidade da informação.




Investida

Impulsionada pela decisão do Supremo, a ação patronal contra este pilar da regulamentação vem acontecendo em alguns Estados brasileiros que têm a garantia do diploma prevista na CCT dos jornalistas. No Ceará, numa negociação tensa, que incluiu até mesmo greve, os jornalistas conseguiram manter o diploma assegurado na convenção. Agora, no Paraná, os jornalistas já preparam ações para deixar claro ao patronato da mídia que não aceitam ser submetidos à precarização das condições de trabalho e virtualmente à ruína da profissão que representaria a abertura do mercado aos precários.

Veja a redação atual e a proposta:

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