quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Patrões dizem não, de novo! - Assembléias vão definir posição da categoria

Por uma questão política, os empresários de comunicação do Paraná insistem em retirar a exigência do diploma da Convenção Coletiva de Trabalho dos jornalistas. Foi o que revelou o representante dos dois sindicatos patronais, o advogado Roberto Santiago, durante a quarta rodada de negociações, que aconteceu na terça-feira, na sede do Sindijor. Os jornalistas que participaram do protesto contra o ministro Gilmar Mendes e acompanharam a reunião que ocorreu logo em seguida acabaram frustrados pela intransigência dos patrões. A posição dos donos dos veículos paranaenses explicita o que eles realmente desejam com a queda do diploma: desregulamentação da profissão e precarização das relações trabalhistas. Além disso, a posição dos empresários na mesa de negociação é bem diferente do que a postura que adotaram publicamente. Paulo Pimentel, proprietário do jornal o Estado do Paraná, ao assumir a presidência do Sindejor, declarou que só contrataria jornalista diplomado para trabalhar em sua empresa. E logo depois da decisão do STF, o jornal estampou um editorial que defendia a formação específica para o exercício da profissão. Já o presidente do Serti, o engenheiro e pai de uma jornalista, Roberto Lange, também já tinha manifestado posição favorável ao diploma na negociação de 2008. O que fez os patrões mudarem de lado? Seria a pressão do maior grupo de comunicação do estado, a RPC, que já demonstrou total desrespeito a categoria ao abrir seu “cursinho” Talento Jornalismo a não-diplomados na área? O Sindijor convoca seus associados para dizer “não” à proposta patronal na assembléia que convocará para a semana que vem. Queremos fazer valer não só o respeito à profissão, mas também legitimar o desejo da sociedade que em pesquisa realizada em 2008, pelo Instituto Sensus, demonstrou sua preferência pela obrigatoriedade da graduação para o exercício da profissão de jornalista. O resultado de tal pesquisa* apontou que 74,3% dos brasileiros são favoráveis ao Diploma.
* A pesquisa foi realizada de 15 a 19 de setembro, com dois mil questionários aplicados em cinco regiões brasileiras e 24 estados, com sorteio aleatório de 136 municípios pelo método da Probabilidade Proporcional ao Tamanho – PPT. A margem de erro é de mais ou menos 3%.

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