Não é
apenas a revista Veja, denunciada por suas ligações com a quadrilha de
Carlinhos Cachoeira, que está desesperada com os “insetos”, “robôs” e
“petralhas amestrados” das redes sociais. Toda a velha mídia, no Brasil e no
mundo, teme o vertiginoso crescimento da internet. Um estudo recente confirma
que o seu modelo de negócios está em declínio acelerado.
Na
rotina dos brasileiros, a internet já é considerada o meio mais importante para
82% dos 2.075 entrevistados
Estimativas
apresentadas na semana passada pela seccional brasileira da agência Interactive
Advertising Bureau (IAB) indicam que os jornalões serão superados pela internet
como mídia mais acessada até o final deste ano. Mas não são somente os veículos
impressos que perderão publicidade e terão o seu faturamento reduzido. As
emissoras de televisão também sofrerão abalos.
Menos tempo diante da TV
Segundo
Fabio Coelho, presidente do IAB-Brasil e também da filial do Google, em 2012 o
meio digital crescerá 39%, fechando o ano com 13,7% de participação no mercado
de comunicação e faturamento na casa dos R$ 4,7 bilhões. No ano passado, a web
representava 11% do bolo publicitário. Para ele, a internet é “um mercado
pujante”, que irá superar rapidamente as outras mídias.
O
estudo da IAB, intitulado “Brasil Conectado: Hábitos de Consumo de Mídia”,
aponta a existência de 80 milhões de internautas no país, dos quais 49%
pertencem às chamadas classes C, D e E. Na rotina dos brasileiros, a internet
já é considerada o meio mais importante para 82% dos 2.075 entrevistados. Mais
de 40% deles passam, pelo menos, duas horas por dia navegando na rede, enquanto
apenas 25% gastam o mesmo tempo assistindo TV.
“No limiar de uma grande transformação”
A
internet aparece como a atividade preferida por todas as faixas etárias, de
renda, gênero e região quando se tem pouco tempo livre, somando 62%. Em casa, a
web é acessada pela manhã, quando 69% se conectam, 78% acessam à tarde e 73% à
noite. Ela também é a mídia mais popular nos locais de trabalho, escola, restaurantes,
shoppings e na casa de amigos.
“Todos
os dados confirmam a expansão do mercado, que tende a se acentuar com as
iniciativas de ampliação do acesso a banda larga e também ao aumento da base de
smartphones. Estamos apenas no limiar de uma grande transformação”, garantiu
Fabio Coelho, presidente do IAB, ao jornal O Globo.
*Altamiro Borges é jornalista, presidente
do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
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