quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Jornalistas pernambucanos em greve

Tudo começou em assembleia realizada na última segunda-feira (07), a continuidade ou não da paralisação ficou agendada para hoje (09) pela manhã, porém a reunião para decidir diretrizes da paralisação dos jornalistas de Pernambuco foi adiada. Isso devido ao convite vindo dos patronais para uma reunião. A assembléia foi remarcada para a próxima sexta-feira (11), ao meio dia, na sede do Sindicato dos Gráficos de Pernamabuco.

A greve dos jornalistas de Pernambuco iniciou dia 07 de novembro. Agora, com uma nova reunião marcada, os jornalistas esperam definir novos rumos. Segundo o site www.ombudspe.org.br, que cobre o andamento da paralisação, o principal entrave ao acordo é a chamada “cláusula do diploma”, que obriga empresas de comunicação a contratarem profissionais formados para as vagas de jornalistas. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas do Estado de Pernambuco (SinjoPE), o patronato recusa-se a discutir esta condição.

Votação

Na votação, 117 presentes optaram pela greve, enquanto 24 posicionaram-se contra. A principal demanda do sindicato é a manutenção da cláusula que obriga a contratação de jornalistas com diploma. De acordo com o SinjoPE, as empresas de comunicação não tem demonstrado interesse em negociar. Durante o encontro, os jornalistas também manifestaram apoio aos gráficos, que estão em greve desde a última sexta-feira (04) e que recentemente foram chamados para negociar a volta ao trabalho, mas que já afirmaram que mantém os braços cruzados se o pessoal da redação resolver mesmo parar.

Segue entrevista ao site OmbudsPE, de Cláudia Eloi, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Pernambuco, explicou a atual situação dos jornalistas pernambucanos (esta entrevista foi publicada na segunda-feira 04 – antes da assembleia de hoje, porém vale como referência para as mesmas reivindicações em outros estados).

OmbudsPE- Por que os jornalistas decidiram pelo estado de greve?

Cláudia Eloi- Pela intransigência dos patrões. Eles só oferecem a inflação (7,32%) e insistem em retirar a cláusula do diploma em nosso acordo coletivo.

OmbudsPE - E o que os jornalistas querem?

Cláudia Eloi- Queremos negociar. Os gráficos (que estão de braços cruzados desde a última sexta-feira, dia 4) estão dando o exemplo de que unidos eles são respeitados.

OmbudsPE - Se eventualmente a categoria resolver pela paralisação, vai ser fundamental o apoio da sociedade. Como vocês esperam dialogar com as pessoas se a greve de vocês não sai no jornal?

Cláudia Eloi - Vamos usar os meios que dispomos. A tribuna da Assembleia Legislativa, da Câmara do Recife, vamos para as ruas e usar as redes sociais. Mas a greve é se eles não quiserem negociar. Teremos nova assembleia com a categoria na quarta-feira para decidir os rumos do movimento.

OmbudsPE – Você acredita em algum fato novo daqui pra quarta-feira? Acha que o patronato vai negociar nesses dois dias?

Cláudia Eloi - Tudo é possível. Vale salientar que estávamos negociando na DRT e o mediador de lá, Dr. Francisco, disse que não há condições mais de ser o mediador, porque os patrões não queriam ceder em nada. Eles não querem analisar nenhum item de nossas propostas. Apenas retirar a cláusula do diploma e oferecer a inflação. Isso não é negociar.

OmbudsPE – Em 1990 houve um movimento histórico em Pernambuco que desencadeou numa greve de 14 dias de gráficos, jornalistas e radialistas. Você acha que a categoria está fortalecida para um movimento daquele tamanho?

Cláudia Eloi - Os tempos são outros. A gente sabe disso. Mas nunca deve subestimar uma categoria que vem dando seu suor o tempo todo e não tem nenhum reconhecimento numa negociação. Os gráficos estão aí para mostrar isso. Volto a insistir. Queremos negociar de verdade.

SindiGraf-PE volta ao trabalho, mas se solidariza com os jornalistas

Os gráficos, que haviam parado há cinco dias, retornaram ao trabalho após acordo com as empresas e conseguirem um aumento de 10% para todos os profissionais dos jornais, pagamentos pelos dias de trabalho e a garantia de que não haverá represálias aos grevistas. “Fomos vitoriosos”, disse Iraquitan Silva, presidente do SindGraf-PE, explicando que “durante todos estes dias, pudemos ter a experiência da luta dos trabalhadores contra o capital. As empresas gastaram muito, trouxeram gente de outros estados para furar nossa greve, colocaram jornais horríveis nas ruas, mal impressos. No final, nós vencemos e também o povo pernambucano, que tem novamente jornais de qualidade nas bancas”. Porém o presidente do Sindicato afirmou manter o compromisso de solidariedade com os jornalistas ainda em campanha salarial. “Sabemos da importância que tem a união e compreendemos que nosso movimento foi importante para a decisão do estado de greve nos colegas das redações. Se eles resolverem que tem que parar, pararemos juntos.”

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